terça-feira, julho 21, 2015

FAMÍLIA || De geração em geração

Vivo com os meus avós desde os 3 anos. À parte dos meus pais, foram eles quem sempre me educaram e cuidaram de mim. Era a minha a minha avó que, quando eu era mais nova, me vinha acordar para ir para a escola. Hoje em dia ainda o faz, independentemente de eu programar ou não o despertador; tornou-se um hábito, uma rotina na vida dela, e eu agradeço por isso não mudar. Era o meu avô que, quando eu era ainda criança e ao longo da minha adolescência, me sentava ao lado dele no sofá e me ensinava a jogar às cartas. E o gosto que ele tinha em fazer isso, via-se a alegria no rosto dele enquanto ele me explicava as regras deste ou daquele jogo. O jeito dele para baralhar cartas nunca foi muito, mas fazia-o com convicção. 

Durante os meus 19 anos de vida, foram eles que (tirando os dias em que dormia em casa do meu pai ou em casa da minha mãe) me vinham, e ainda vêm, apagar a televisão e a luz do quarto, quando adormecia inesperadamente. Ainda anteontem isso aconteceu: a minha avó chegou ao meu quarto ainda o relógio não marcava as 23 horas, e já estava eu a dormir, com uma perna para um lado da cama e a outra encostada à parede, enquanto me babava para a almofada. 

Ontem à noite, os papéis inverteram-se. Fui eu quem deu por eles a ressonar, de tão cansados que estavam. Dirigi-me ao quarto e à sala - onde a minha avó gosta bastante de dormir - e desliguei-lhes a televisão e a luz dos candeeiros. Naquele momento, senti-me responsável por eles, pelo conforto deles; senti-me feliz. Feliz porque fiz exactamente aquilo que eles me faziam e, apesar de raramente acontecer, ainda fazem. Transportou-me para a minha infância, e isso encheu-me o coração de alegria. Sinto que cuido deles como eles sempre cuidaram de mim. 

fonte: weheartit

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